DIA DE SÃO JOÃO
CONVITE PARA FESTA CAIPIRA Vosmecês tá cunvidado Pra dançá no arrastado Das festança junina Mas porém não arrepare Pruque é festa de roça Qui dô na minha paioça Prus moço mais as menina. Venham tudo satisfeito Dançá com gosto e com jeito Que vai sê bom de duê Tem cumilâncias gostosa E as moça mais fermosa Pra vosmecês escolhê. Venham tudo com as famia Traga as neta, traga as fia Os pai, as mãe, as avó Qui nós recebe com amizade A casa é grande, cumpade E os coração é maió. Autora: Magdalena Léa Livro: "A Criança Recita" |
EU SÔ EU, VANCÊ É VANCÊ... Num recado cumpricado, Vancê me mando dizê, Que gostava de sê eu, Si eu tambeim fosse vancê... Mai que recado arretado Que ocê mando pra eu. Se vancê fosse vancê, Vancê num seria eu... Ocê sabe que eu sô eu... Nunca que eu vô sê vancê, E se vancê fosse eu, Cumo é que eu ia sabê? Se ocê intão num dissesse Que era eu, e eu vancê, Nois duas, abestaiadas, Ficava inté sem sabê. Ocê bem que gostaria De sê eu - pode dizê! E eu tambeim que gostaria De num sê eu, sê vancê! É só eu oiá procê E vancê oiá pra mim, Nóis sabe quem que nois semo Por esse mundão sem fim. Vancê e eu, num tem jeito; Temo por nóis, amizade. Uma num vai sê a otra Nem trocá de indentidade! Continua sendo ocê, Num quero trocá mais não Eu continuo a sê eu, Senão vai dá cunfusão. Se nóis trocasse o marido, Despois, cumo é que ia sê? Se ocê durmisse com o meu, Será que ia dizê? Se eu dormisse coteu Eu mesma, num te dizia... Pra que? num carece mesmo, Contá nossas fantasia... Ia sê muito bem feito Pra nóis aprende a lição. Nóis pode uma sê a otra, Marido? Num troco não! Autora: Mírian Warttusch |
AI QUE FRIO BÃO... Frio Bão é muito mió Se eu tivé acumpanhada Mai si eu estivé sozinha, Morro dura e cungelada! Num tem cobertô mió Que os braço do meu amô Intonce eu num sinto frio, Chego até sinti calô... Credo in cruiz, misericórdia, Nha Zefa que tá sozinha Ta roxa de sinti frio, Tenho dó da coitadinha. Fui inté na casa dela, Pra levá um cobertô, Entrei - tava a porta aberta, Gelei cum o que vi... ó dô... Vi a danada quentinha Nos braço do Zé Tição - Ele é meu home, sabia? Mai que baita traição. Nunca supuis tar desdita, Virei fera nessa hora, Pidi corage pros santo, Pros anjo e Nossa Sinhora. Eles me viru e gelaro, Ele nu... e ela pelada! Nem pisquei; joguei nos dois Um barde dágua gelada! Deixei os dois pavorados Tremendu de frio e medo... E eu depressa fui simbora, Vô ti contá um segredo: ...Mar sabe ele, coitado... Pensa que sabe de tudo... Pois eu tambeim num sô santa E ele tambeim é chifrudo. Num me arrependo di nada, Traição pur traição, Tem otros braço mió Que os braço do Zé Tição! Autora: Mírian Warttusch |
FESTA DE SÃO JOÃO Comprei um vestido de chita, Chapéu de palha mandei fazer, Eu quero ficar bonita Para o meu benzinho ver. A festa vai ser na roça, Lá no sítio do seu Zé E dentro de uma palhoça Vai ter o arrasta pé... Vai ter pinhão e quentão, Batata doce e macaxeira, Vamos pular fogueira Para festejar São João. Tem convite prá quem quiser, Seja homem ou mulher E prá a festa ficar animada Levem também a criançada. Autora: Hilda Persiani |
TEIM FESTANÇA? TÔ LÁ... Cê mi convidô ieu, num convidô? Sodisquivô, é pruque vô, misperi, uai sô... Dasveis qui falei, nunca faiei... Miesperi pruquê vô chegá, i munto tiamá... Essa festança, quero perdê, não...aravejasó... Siocê qué cum ieu dançá, noi vai dançá... Tô doidin pra ti arrochá, i si facilitá, prinriba da cama tijogá, e adispois, seinão si vampará... Mispera ieu, cê sabi qui sô teu... A vida ispera nóis... Iscuitei tua vóis mi chamano, i já tô chegano... Autor: Marcial Salaverry Enviado por: Lena Viola |
ORIGEM DA FOGUEIRA Desde os tempos pagãos, a data é comemorada com fogueira, dança, música e muita comida. Somente no século VI, o catolicismo passou a associar esta celebração ao aniversário de São João. Para os católicos, a fogueira teve origem num trato entre Isabel, a mãe de João, e sua prima Maria, a mãe de Jesus. Ficou combinado que Isabel deveria acender uma fogueira sobre um monte para avisar Maria sobre o nascimento do menino. Este seria o sinal para receber sua visita e seu auxílio após o parto. |
"SINHAZINHA VEM DA ROÇA"
Minha gente eu vim da roça,
Do mato, lá do fundão...
Deixei a minha paioça,
Deixei o meu coração,
A mode de festejá
Meu santo, meu São João!
Do mato, lá do fundão...
Deixei a minha paioça,
Deixei o meu coração,
A mode de festejá
Meu santo, meu São João!
Virge! Mas quanta festança
Tô vendo aqui no arraiá!
Tem fogueiras e tem dança
E nós pode se alegrá!
Tô vendo aqui no arraiá!
Tem fogueiras e tem dança
E nós pode se alegrá!
Tá ansim de moça bunita,
Com suas saias de chita,
Nas trança um laço de fita
Pro mode os moço pegá.
Com suas saias de chita,
Nas trança um laço de fita
Pro mode os moço pegá.
E os moços? Que buniteza!
Tantos moço bunitão,
Que inté sinto uma agonia,
Ai meu santo, São João,
Aqui no meu coração.
Tantos moço bunitão,
Que inté sinto uma agonia,
Ai meu santo, São João,
Aqui no meu coração.
Ói só, tá tudo me oiando,
E com cada zoião
Que inté eu fico vexada
E ponho os óio no chão.
E com cada zoião
Que inté eu fico vexada
E ponho os óio no chão.
Vou-me embora, minha gente,
Vou-me embora pro sertão,
A sodade tá apertando,
E eu não güento mais não...
Vou-me embora pro sertão,
A sodade tá apertando,
E eu não güento mais não...
Mas antes vamo dançá
Inté a festa acabá!
Inté a festa acabá!
Autora: Magdalena Léa
Livro: "A Criança Recita"
Livro: "A Criança Recita"
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